13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos: da UFF para o país
De volta à cena após interrupção na pandemia de Covid e nos anos seguintes, a 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos vai ocupar cerca de 300 pontos de exibição do país. A realização é do Ministério da Cultura (MinC) e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), com produção do Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF). A programação foi apresentada em dezembro pelo ministro Silvio Almeida, do MDHC, no Cine Arte UFF, em Niterói, ao lado do cineasta Silvio Tendler, o homenageado desta edição.
A 13ª Mostra chega a todas as capitais e ao Distrito Federal, de 11 a 22 de março. Com o Brasil em cena, a programação lança luz sobre temas e personagens muitas vezes esquecidos. “Vencer o ódio, Semear horizontes” é o tema desta nova edição, que traz 18 filmes realizados por profissionais que mantêm relação direta com problemas abordados nas telas, em todas as regiões do país.
Além da UFF, 26 universidades e institutos federais de ensino estão à frente da organização do evento em cada cidade, em parceria com produtores.
“A retomada da realização da Mostra pela UFF, envolvendo as demais universidades federais brasileiras, possibilita a ampliação do debate sobre Direitos Humanos em um cenário educacional extremamente afetado pelo descrédito na educação e na ciência nos últimos anos. Esse descrédito, mais do que inviabilizar um projeto de educação pública e gratuita, fortaleceu a certeza de que a universidade precisa estar mais próxima da sociedade. Neste momento de reconstrução do país, ter a universidade como a responsável por um dos maiores eventos de audiovisual – seja por sua dimensão nacional, seja por sua proposta – é um voto de confiança na capacidade de inserção social da universidade pública brasileira”, afirma Índia Mara Martins, professora do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF e coordenadora geral da 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos.
De 25 de março a 24 de abril, acontece a Mostra Difusão, quando a programação também vai poder ser assistida online, na plataforma de streaming InnSaei.TV, e em equipamentos culturais das cidades, com pontos para exibições escolhidos através de edital do MinC.
“A curadoria selecionou filmes realizados em sua maioria por pessoas que mantêm ligação direta com os assuntos abordados, ligados a militâncias pelo direito ao território, o combate ao racismo, a inclusão de pessoas com deficiência, a liberdade sexual e de gênero, a afirmação da identidade e da ancestralidade. Os filmes oferecem caminhos para pensar a relação entre cinema e direitos humanos no Brasil. São respostas muito diversas, mas que apontam para um desejo comum de sonhar o futuro a partir de memórias primordiais. Cineastas das cinco regiões do Brasil colocam o cinema, e mais especificamente o fazer cinema, como elemento fundamental na conquista da possibilidade de sonhar”, diz a curadora Lúcia Monteiro, professora adjunta do curso de Cinema da UFF.
A 13ª Mostra também tem oficinas de cinema e educação. As atividades começaram em dezembro em cinco cidades, incluindo Niterói com o IACS, e continuam no mês de março em 22 capitais. O movimento busca a formação de multiplicadores, alcançando mais de 700 educadores, para que a arte e os direitos humanos enriqueçam e apoiem o ensino.
A programação pode ser acompanhada através das redes sociais e do site mostracinemaedireitoshumanos.mdh.gov.br.
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